Mais um clássico da dramaturgia nos palcos cariocas.
A obra em questão foi escrita entre 1799 e 1800 pelo dramaturgo alemão, contemporâneo, compatriota e amigo de Goethe, Friederich Schiller e narra desde a prisão da monarca escocesa Maria Stuart em solo inglês ao fictício encontro com sua rival, apesar dos laços sanguíneos, Elizabeth (da Inglaterra). A obra tem como foco não só trazer a cena fatos históricos de disputas entre Estados e Igrejas mas sobretudo, exaltar os aspectos humanos e individuais de cada uma das protagonistas, e o árduo, penoso e imoral trabalho para se manterem no poder como absolutistas de direito divino.
A direção de Antonio Gilberto é eficiente na busca do sentido da obra de Schiller e segue, quase que à risca (com exceção de alguns vocábulos) a tradução feita por Manuel Bandeira em 1955, com versos iâmbicos severamente ordenados. Ponto forte é a iluminação de Tomás Ribas que acerta ao criar uma atmosfera ora tensa, ora ofuscante às nossas vistas para exaltar a força da monarca inglesa. Os figurinos de Marcelo Pies, mesmo com um toque contemporâneo, situam bem as alianças camufladas das nações em questão, pois os brasões de cada país são bem visíveis em cada personagem. O cenário de Helio Eichbauer é eficiente e discreto como se deve ser diante de um texto tão rico.
A atuação de Julia Lemmertz (Maria Stuart) até o terceiro ato é um tanto exagerada: no intuito de transmitir a indignação de sua personagem, acaba por extrapolar nos trejeitos e no gestual, o que causa a impressão de ser um fantoche manipulado por um titereiro. Melhora muito do quarto ato em diante, quando segue, resignadamente, para seu triste fim. Clarice Niskier (Elizabeth), ao contrário de Julia, está impecável, muito convincente e segura na pele da soberana. O restante do elenco cumpre bem seu papel, merecendo destaque o ator André Correa que interpreta o ambíguo conde de Leicester e Amelie Bittencourt como ama de Maria.
No geral a montagem é boa e cumpre sua função, digamos, didática para com o iniciado ou pertencente ao meio teatral. Mas lanço uma pergunta: será que foi a proposta do autor ser hermético e restringir a peça a um público específico?
A obra em questão foi escrita entre 1799 e 1800 pelo dramaturgo alemão, contemporâneo, compatriota e amigo de Goethe, Friederich Schiller e narra desde a prisão da monarca escocesa Maria Stuart em solo inglês ao fictício encontro com sua rival, apesar dos laços sanguíneos, Elizabeth (da Inglaterra). A obra tem como foco não só trazer a cena fatos históricos de disputas entre Estados e Igrejas mas sobretudo, exaltar os aspectos humanos e individuais de cada uma das protagonistas, e o árduo, penoso e imoral trabalho para se manterem no poder como absolutistas de direito divino.
A direção de Antonio Gilberto é eficiente na busca do sentido da obra de Schiller e segue, quase que à risca (com exceção de alguns vocábulos) a tradução feita por Manuel Bandeira em 1955, com versos iâmbicos severamente ordenados. Ponto forte é a iluminação de Tomás Ribas que acerta ao criar uma atmosfera ora tensa, ora ofuscante às nossas vistas para exaltar a força da monarca inglesa. Os figurinos de Marcelo Pies, mesmo com um toque contemporâneo, situam bem as alianças camufladas das nações em questão, pois os brasões de cada país são bem visíveis em cada personagem. O cenário de Helio Eichbauer é eficiente e discreto como se deve ser diante de um texto tão rico.
A atuação de Julia Lemmertz (Maria Stuart) até o terceiro ato é um tanto exagerada: no intuito de transmitir a indignação de sua personagem, acaba por extrapolar nos trejeitos e no gestual, o que causa a impressão de ser um fantoche manipulado por um titereiro. Melhora muito do quarto ato em diante, quando segue, resignadamente, para seu triste fim. Clarice Niskier (Elizabeth), ao contrário de Julia, está impecável, muito convincente e segura na pele da soberana. O restante do elenco cumpre bem seu papel, merecendo destaque o ator André Correa que interpreta o ambíguo conde de Leicester e Amelie Bittencourt como ama de Maria.
No geral a montagem é boa e cumpre sua função, digamos, didática para com o iniciado ou pertencente ao meio teatral. Mas lanço uma pergunta: será que foi a proposta do autor ser hermético e restringir a peça a um público específico?
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